Convite ao descanso.

Texto de Isabel André e Lourenço, graduada do GBU.

“Volta, minha alma para o teu repouso, pois o Senhor te fez bem” Sl 116:7 (ARC)

Finda-se o semestre e o ano letivo, aumenta a temperatura e chega a época mais esperada: as férias de verão!

O tempo do merecido descanso. E este tempo de repouso convida a tanta coisa: as horas de sono são mais longas, os convívios sociais apelam à descontração e ao relax. Momentos para descontrair o corpo e a mente e para aliviar a tensão.

Mas… qual é o descanso para a tua alma? Para o teu “ser interior”?

Quão (des)cansada está a tua alma depois de tantos desafios e pressões?

É verdade que fomos criados para trabalhar com zelo, dedicação e afinco, mas também fomos criados em descanso e para o descanso. Aliás, fomos criados para permanecer nesse “lugar” de descanso e podemos ver isso no relato da criação:

Deus, no 6º dia do relato bíblico, cria o homem e a mulher, dá-lhes instrução acerca da sua missão, e depois?

Deus santifica o sábado (shabbat = descanso, conf. Gn 2:3). E essa rotina de descanso não é interrompida.

Ao contrário dos outros dias, o sábado não vem acompanhado da declaração “fez-se tarde e a manhã e a (fatídica) segunda-feira”.

Dá-me a sensação de que esse sábado pode ser entendido como algo contínuo… talvez para indicar um estilo ou forma de encarar a vida?

Ou seja, encaras a segunda-feira como bênção (conf. Gn 1:28), com alegria, porque a realidade do sábado se estende durante toda a semana. Trabalhas e/ou estudas, produzes, crias, transformas, mas partes de um pressuposto de descanso. Fazes tudo isso porque estás descansado, porque as tuas “baterias” estão suficientemente carregadas para poderes cumprir as tuas tarefas e obrigações, os business of today, como uma vez mencionou a autora cristã Elisabeth Elliot.

Não são poucas as vezes que, no texto bíblico, o próprio Deus nos convida a descansar. Fisicamente e também ao nível mais profundo da nossa alma.

Por isso, nestas férias, fica o desafio de exerceres a “arte do descanso”, esse “caminho antigo e bom,” que vem com a promessa de que se “andares nele encontrarás descanso para a tua alma” (conf. Jr 6:16).

O caminho antigo das disciplinas espirituais. O caminho que Deus te convida a trilhar com ele. Caminho onde te conheces, onde te vês como num reflexo, e conheces Deus mais intimamente.

Como ou onde fica esse caminho?

Como uma referência para quem o quiser desbravar, recomendo o livro “A celebração da disciplina” de Richard Foster.

Começa pelas disciplinas do coração e deleita-te em Deus.

Encorajo-te com as palavras do salmista “Volta, minha alma para o teu repouso, pois o Senhor te fez bem”. Anda neste caminho e comprova que o Senhor te fez bem.

Por fim, a pergunta sincera e interessada: como estás? Como está a tua alma?

Boas férias, bom início (ou continuação) do descanso que permanece.