Até ao reencontro, Eliseu.

Texto de André Campos, membro da Direção do GBU Portugal

Nascemos ambos em 64, ele uns meses mais velho que eu, e os nossos pais verdadeiros amigos, como nós também nos tornamos. O salmista no Salmo 119, verso 63 e na tradução “O Livro” afirma que “Os meus verdadeiros amigos são os que te temem e guardam os teus preceitos”… o Eliseu temia ao Senhor e guardava os Seus preceitos – a Sua Palavra, assim como o seu pai e o meu pai. Nesse mesmo ano, 1964, os nossos pais, sentados numa Lambretta oravam para o Senhor confirmasse a abertura de um local de culto no chamado bairro do Cedro em Vila Nova de Gaia, inaugurado alguns meses depois em Novembro de 1964.

Passados 20 anos partilhava eu com o Eliseu e outros amigos estudantes envolvidos com o GBU, um momento também ele marcante, em que na esquina da Rua de Cedofeita com a Rua Miguel Bombarda no Porto (após terminarmos mais um encontro do GBU nas instalações cedidas pela Igreja Baptista de Cedofeita), oramos juntos para que Deus confirmasse a procura de um local para o GBU no Porto, desembocando esse movimento de oração naquelas que foram durante muitos anos as instalações do GBU no Porto, exatamente na Rua Miguel Bombarda.

Escolhi estes dois episódios para realçar o carácter do Eliseu, homem temente a Deus, que guardava a Sua Palavra, homem íntegro, pacificador, unificador, apaixonado pela vida nas suas múltiplas vertentes e AMIGO verdadeiro. Tive o privilégio de partilhar com ele muitos momentos, alguns a sós, muitos marcantes, e sim, como nestas últimas semanas ouvi muitos dos que foram de alguma maneira tocados pelo Eliseu, mesmo que ao de leve, sempre otimista quando dizia, “avançamos, avançamos!”

Amava o ministério do GBU e sempre que possível, envolvia-se de alma e coração, sempre recordando e manifestando a importância da passagem pelo GBU na sua vivência diária e em todas as esferas da vida.

Não posso deixar de terminar estas breves palavras, sim, breves, porque quem com o Eliseu teve o privilégio de partilhar mesmo que breves momentos, sabe que largas centenas de páginas seriam necessárias para escrever a sua história de vida entre nós, incluindo aqui um pequeno texto escrito há alguns dias pelo nosso querido amigo Fernando Ascenso:

“No Palácio do Rei Ciro

O Eliseu Alves investiu muito da sua vida a ensinar, a pesquisar e a escrever livros para o estudo da História. Deu o seu olhar ao que de facto se tem passado com a caminhada dos povos…ajudou os jovens de hoje a conhecerem o mundo…gastou-se na batalha da educação. 

Os filhos de Deus tudo o que são é filhos de Deus, em qualquer dos domínios da sua vida. Não são outra coisa! O Eliseu foi-o especialmente na educação. Aqui, as suas mãos hábeis fizeram coisas de uma maneira diferente, as páginas que escreveu e as questões que colocou propuseram um outro olhar sobre a nossa visão do mundo. Há filhos de Deus que têm a graça de não escrever apenas sobre religião mas sobre qualquer outra área da vida. Vivem no Palácio do Rei Ciro, são sal fora do saleiro… No que são, vivem, escrevem… um observador atento nota a fé redimindo a cultura, a fé querendo saber da sociedade. São comunicadores que “têm em comum” com a sociedade, estão no terreno.  O Eliseu foi assim. Ontem [25 de Junho de 2022] foi para casa do Pai.”

Por último, e não menos importante, quero deixar uma palavra de grande gratidão e reconhecimento à sua mãe, aos seus irmãos, e muito especialmente à Marta e ao Mateus uma palavra de conforto e ânimo, como diria o Eliseu: Avancemos, avancemos!

André Campos.

recebe as nossas novidades
apoia
segue-nos